Maia participou na Corrida contra o Parkinson

Para marcar o Dia Mundial do Doente de Parkinson, que se assinalou na segunda-feira, o Estádio Municipal da Maia, acolheu no passado domingo, durante a manhã, uma corrida de sensibilização para a doença. E foram muitos aqueles que não quiseram faltar a esta chamada de atenção. Uns devidamente equipados para o momento, outros vestidos normalmente. Uns a correr, outros a andar. Cada um superou a prova à sua maneira e ao seu ritmo.

Organizada pela Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), a Corrida contra o Parkinson tinha como objectivo alertar a população para a doença. E não foi só na Maia que aconteceu. Em Portugal, à mesma hora corria-se pela mesma causa nas cidades de Lisboa, Faro, Leiria e Coimbra.

Foram estas as cidades portuguesas que se associaram a um evento realizado a nível internacional com o objectivo de percorrer uma distância simbolicamente equiparada a volta ao mundo.

A ideia surgiu para alertar a sociedade civil que ainda não sabe bem conviver com a doença, alerta Catarina Jácome, delegada distrital do Porto da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson. “Nós nunca tínhamos feito assim um evento tão virado para a comunidade para as pessoas saberem o que é esta doença e não confundirem com outras doenças, que infelizmente é o que acontece, confundem com Alzheimer. E esta é uma doença do movimento”.

A delegada distrital sublinha que ideia era tentar fazer a fusão entre os doentes de parkinson, as suas famílias e o cidadão que nunca contactou com a doença. “É importante as pessoas entenderem que esta é uma doença do movimento, que ela existe, que é muito dominante, que acontece muito a partir dos 60 anos e saberem que existe uma associação que está aqui para os apoiar”.

O que ainda não existe, lamenta Catarina Jácome, é cura para esta doença. No entanto, já existe tratamento que “é bastante eficaz”.

De acordo com Catarina Jácome os principais sintomas da doença são a falta de equilíbrio, lentidão do movimento, “muitas vezes nota-se que a pessoa tem uma alteração na marcha, arrasta o pé” e o tremor, é também um dos sintomas mais visíveis.

Assim sendo, se a pessoa tiver algum destes sintomas, esta responsável aconselha uma visita a um médico neurologista especializado em desordens de movimento. “Só ele consegue fazer o despiste e, depois, adequar a medicação ao doente. Isso permite um alívio dos sintomas”, explica. Depois, existem também terapias que complementam o tratamento medicamentoso, que é o caso da fisioterapia, a terapia da fala e o próprio apoio psicológico.

A também fisioterapeuta especializada nesta área afirma que o número de casos tem vindo a aumentar “pela avançar da idade e também porque o diagnóstico também está mais facilitado.

Mas os números reais da doença de Parkinson em Portugal só vão ser conhecidos daqui a um ano, confirma a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson. É que o primeiro estudo de avaliação arrancou esta segunda-feira e vai avaliar a quantidade de doentes portadores da doença. Depois sim, “vamos saber, com certeza, o número de doentes que temos em Portugal e não apenas a estimativa com base nos números da União Europeia”.

A recolha de dados entre a população decorrerá até Outubro e o tratamento estatístico da informação estará completo perto de 2012. Portugal não possui nenhum estudo de base populacional que avalie o predomínio da patologia em território nacional.

Isabel Fernandes Moreira