“Necessidade” de viajar supera a crise

Crise nas férias da Páscoa? Só se for na oferta disponibilizada pelos operadores. Pelo menos naquela que é a mais antiga agência de viagens da Maia, a procura não baixou em 2011. Até estão praticamente esgotados os programas que havia para este período de descanso…. quase visto como “uma necessidade”.

Apesar da situação do país, a Páscoa mantém-se como “um dos picos de procura”, apesar de 2011 ser “um ano um bocadinho sui generis”. Esclarece o proprietário, Rui Nogueira, que a mais significativa condicionante da procura é a instabilidade no Médio Oriente, que afasta das escolhas alguns dos habitualmente “grandes receptores de turismo”, como o Egipto, a Tunísia ou Marrocos. Consequência disso, e porque “os operadores tiveram um bocadinho de receio da situação”, quase não houve disponibilização de voos charter para este período da Páscoa. Por exemplo, sem oferta para Tenerife, para onde houve em 2010 voos especiais.

A escolha de quem tira férias por esta altura ficou praticamente limitada aos voos de médio, mas sobretudo de longo curso. Para destinos como Palma de Maiorca, México, Caraíbas, Brasil, Cuba ou Jamaica. No primeiro caso, já com apenas duas ou três datas disponíveis, reflectindo a procura e não quebras a esse nível.

E se desde há cerca de dois anos que “as pessoas têm tentado procurar o mais económico e comparar preços”, o certo é que “acabam por viajar”, sublinha Rui Nogueira.

Depois de um “muito bom” ano de 2010, este ano está a ser “normal”. No caso concreto desta agência de viagens maiata, com gastos médios por pessoa, e por semana, na ordem dos 600 euros. Mas com pacotes desde os 300 euros por uma semana com pensão completa.

Falando a nível nacional, Rui Nogueira admite que Portugal ficou a ganhar com a reduzida oferta para o Norte de África, recebendo parte do fluxo de ingleses ou alemães, por exemplo. Prova disso é o Algarve, prevendo os operadores que as pessoas aproveitem os descontos de venda antecipada e “chegar a Julho e Agosto com os hotéis todos cheios”.

Marta Costa