Opinião Rui Tinoco: O inumano

16-04-2011 14:39

 

A tecnologia influencia o nosso modo de pensar. Exige o desenvolvimento de determinadas competências, relega outras para segundo plano. Kerckhove, no seu livro A Pele da Cultura, debruça-se sobre a história da humanidade a partir precisamente desse prisma: qual o impacto que as descobertas e os avanços tecnológicos tiveram na forma como pensamos. Ou seja, o refluxo que as invenções têm na forma de pensar e de viver das pessoas que delas beneficiam.
A disseminação da máquina de calcular, por exemplo, fez com que muitas das capacidades de cálculo e raciocínio matemático fossem exportadas, saíssem do campo mental de muitos de nós. Actualmente, acontece um movimento semelhante no que concerne ao texto e à escrita. Retiram-se apresentações da internet, lêem-se textos que não são nossos mas também não são de ninguém. Quais as consequências deste estado de coisas? Qual o preço que teremos de pagar por usar instrumentos que funcionam mais rápido do que nós?

Estudos recentes apontam que o uso continuado da internet fez com que um grupo de jovens tivesse menor capacidade de atenção que um outro. É isso que o mundo virtual acaba por evocar: uma atenção difusa e dispersa que é parcelar e foge de textos longos. Há demasiadas janelas abertas…
Também o mundo virtual modifica as relações laborais inventando novos empregos e ocupações, esvaziando outras do seu sentido e solidez. Os interstícios também não podem ser escamoteados, mesmo em profissões ditas tradicionais o virtual acaba por se infiltrar modificando equilíbrios, introduzindo novas práticas. Deste modo, emergem sistemas de controlo de assiduidade virtuais; redes de trabalho em que documentos partilhados são objecto da intervenção de um grupo de autores.

No que respeito às redes sociais, assunto tão em moda nos últimos tempos, a aceleração da forma como se podem obter informações sobre as outras pessoas é realmente intrigante. Se no advento das cidades modernas, os prédios e os apartamentos dificultaram a socialização e a criação de laços entre as pessoas, as redes sociais como que reintroduzem a dimensão de aldeia (global) nos subúrbios. Através das amizades consigo descobrir a profissão do vizinho debaixo e o de cima: em pouco tempo, se não puser entraves ao movimento, bem entendido, terei de medir muito o que escrevo. Terei de gerir as aparências, o que fica bem e o que fica mal, face aos meus vizinhos com os quais até há bem pouco tempo mal reconhecia os rostos. As redes sociais podem, com efeito, invadir o real e tornar mais próximo os vizinhos há muito arredados da convivência quotidiana a que o advento dos apartamentos os votou.

Existem oportunidades neste mundo virtual, muitas das quais começamos ainda a conhecer os contornos. No entanto, muitos utilizadores ainda desconhecem como se proteger, como gerir a privacidade face ao virtual. Desde há algum tempo, muitos de nós se habituaram a ter como normal o facto de estar sempre a facultar os seus dados, a passar em dispositivos electrónicos que detectam eventuais roubos.
Pequenos gestos no mundo virtual denunciam essa invasão do inumano: na rapidez com que se distribui trabalho via mail, na forma como pedimos informação a alguém e depois não agradecemos a resposta. Confundimo-nos perigosamente com as máquinas… É quando estamos a abrir uma conta em determinado site e temos de digitar umas letras com contornos esquisitos que essa aproximação é realmente visível: um computador quer-se assegurar que somos mesmo humanos e não outro computador – um deles.

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Cantinho da Maia


A saia da Carolina - Letra

A saia da Carolina
Tem um lagarto pintado
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem

Tem cuidado ó Carolina
Que o lagarto dá ao rabo
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem

A saia da Carolina
Não tem prega, nem botão
Tem cautela, ó Carolina
Não te caia a saia no chão

A saia da Carolina
Uma barra encarnada
Tem cuidado ó Carolina,
Não fique a saia rasgada

A saia da Carolina
É da mais fina combraia
Tem cautela ó Carolina
Que o lagarto leva-te a saia

A saia da Carolina
Foi lavada com sabão
Tem cuidado, ó Carolina
Não lhes deixes por a mão

A saia da Carolina
É curta e das modernas
Tem cuidado ó Carolina,
Que ela não te tape as pernas.

 

 Abelha Maia - Letra

 Lá num país cheio de cor. Nasceu um dia uma abelha,
Bem conhecida p’la amizade
Pela alegria e p’la bondade.
Todos lhe chamam a pequena abelha Maia,
Fresca, bela, doce abelha Maia.
Maia voa sem parar
No seu mundo sem maldade.
Não há tristeza para a nossa abelha Maia,
Tão feliz e doce, abelha Maia
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti.
Numa manhã ao passear
Vi uma abelha numa flor,
E ao sentir que me olhou
Com os seus olhitos de cor.
E esta abelha era a nossa amiga Maia
Fresca, bela, doce abelha Maia
Maia voa sem parar
No seu mundo sem maldade
Não há tristeza para a nossa abelha Maia
Tão feliz e doce, abelha Maia
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti.

Abelha Maia - Genérico.mp3 (1,7 MB)