Portugal pode orgulhar-se de ter algumas elites de grande valor intelectual, competência, seriedade e cujo mérito é internacionalmente reconhecido, facto que muito nos prestigia e honra. Das Ciências à Arte, passando pelo Desporto e pelo meio empresarial, são muitos os nomes de referência Mundial que se fazem notados e considerados, nas áreas em que tomam parte, por direito próprio, nas elites de topo. Portugueses como, por exemplo, Sobrinho Simões, Carlos Caldas, Nuno Crato, Carlos Fiolhais, Sequeira Costa, Maria João Pires, Artur Pizarro, Paula Rego, Júlio Pomar, Eduardo Lourenço, José Gil, António Barreto, Alexandre Soares dos Santos, Luís Portela, Sotto Moura, Siza Vieira, José Mourinho, entre muitos outros, que se destacam pela excelência das suas capacidades e competências, bem como pela sua honestidade intelectual, profissional e cívica. Esses homens e mulheres que se destacam e integram as elites, não atingiram esse patamar de excelência com jogos de corredor, mais ou menos obscuros ou com pseudo qualificações de fim de semana, bem pelo contrário, para tomarem o seu lugar e serem referências dignas de crédito, tiveram de provar o seu valor, com estudo, empenho, dedicação, esforço e trabalho, muito trabalho.
A mediocracia portuguesa é um regime político que se entranhou tão profundamente na nossa sociedade que até já grassa como erva daninha na própria escola. Os bons professores, inteligentes, competentes, interessados na qualidade dos seus alunos e que reconhecem no mérito uma ferramenta de trabalho que querem e sentem gratificação em valorizar, são esmagados por uma estratégia política que visa em primeiro lugar a estatística, sob a capa de uma escola inclusiva que mais não é do que uma espécie de indústria de massificação de gente inculta, iletrada e submetida a uma normalidade confrangedora.
Apesar do discurso oficial que tenta passar o queixume de que a família não vai à escola, não se interessa pela educação dos filhos e não participa nas actividades da comunidade educativa, a verdade é que, por vezes, quando os pais e encarregados de educação se revelam participativos, procuram acompanhar os filhos, dando-lhes suporte e apoio nos estudos, a reacção nem sempre é aquela que seria de esperar, ou seja, de regozijo por uma atitude que, no fim de contas, afina pelo discurso oficial.
Pais que questionam os professores, os dirigentes escolares e que não se demitem, nem das suas obrigações, responsabilidades e direitos, nem de ser suporte psicológico, afectivo e emocional dos seus filhos, vêm-se muitas vezes confrontados com uma agressividade institucional e corporativa chocante e que contrasta na prática com um discurso de sentido oposto.
Nutro pela missão dos professores, um enorme respeito e admiração, cooperando, como é meu dever, com todos os que abraçam a sua profissão com esse espírito. Só aqueles que cumprem uma vocação são capazes de exercer com qualidade e sentido do dever e da justiça, uma das mais nobres missões que existem na sociedade.
Há hoje em Portugal um vírus letal que está a contaminar a sociedade e já infectou o sistema de ensino público. Falo obviamente do “pinócrates”, um organismo que comprime todos quantos se destacam e sobretudo não se querem deixar contaminar pela mediocridade que alastra por todo o lado. É essa mediocridade que nos arrasta todos os dias para o abismo.
O nacional “porreirismo”, a doença cujo agente infeccioso é o “pinócrates”, alimenta-se de gente que não gosta de trabalhar, não se empenha nem se esforça, que se contenta com o mínimo, seja o rendimento, a nota do teste ou a avaliação profissional. Essa gente não é indiferente à excelência, pela simples razão de que a combate, nem sempre com “armas” ou argumentos válidos ou sérios, muitas vezes basta-lhes derrubar quem merece ser distinguido com tais resultados.
Rigor
Trouxe à colação o problema da escola, apenas para que os leitores compreendessem como me preocupa o facto de a mediocracia ser já um fenómeno transversal e vertical que vai às profundezas da sociedade, alastrando como gangrena fora de controlo.
Por mais intervenções externas que haja, injectando dinheiro e vergonha pelo falhanço da nossa Democracia, Portugal não conseguirá sair deste atoleiro, enquanto tivermos uma classe política medíocre, sem categoria, incompetente e que não é, nunca foi e jamais será, uma elite, se continuarmos a assistir a espectáculos deprimentes de “endeusamento” de um líder, como o que vimos neste fim de semana, em directo pelas televisões, a partir de Pyongyang. Tudo isto aconteceu num momento trágico, em que o país precisa mais do que nunca, de uma autêntica elite política, inteligente, competente, com visão de futuro e, mormente, honesta e com carácter, enfim, tudo aquilo que, por mais que nos esforçássemos, não conseguimos descobrir naquela manifestação de seguidismo, ao melhor estilo norte-coreano, onde o Partido do Governo, pelo menos, deu aos portugueses um “excelente” exemplo de unanimismo em torno do chefe máximo, fazendo ver a outros partidos que não se encontram e gastam as suas energias, afirmando a Liberdade de expressão e diversidade de opiniões dos seus militantes, enquanto eles já estão prontos para o combate político. Sim senhor…
Ao contrário do que se apregoa para aí, um povo que não tenha elites em todas as áreas e, mormente, na política, não conseguirá afirmar-se na excelência do que pensa, realiza e produz, tendo irremediavelmente de deixar sair os seus melhores filhos, por não ser capaz de lhe dar condições para cumprirem os seus desígnios.
A escola devia ser, por definição, um lugar para a promoção da excelência, enquanto modelo a alcançar por todos quantos buscam nela, conhecimento, formação e educação. Infelizmente, transformaram a escola pública, num lugar de compressão e achatamento, semelhante aos programas informáticos que comprimem ficheiros, esmagando os limites superiores e os inferiores, para que caibam numa formatação mais fácil de guardar, manusear e fazer circular, num tratamento indiferenciado que em nome da igualdade, comprime a excelência, do mesmo modo que auxilia a insuficiência e a mediocridade, para atingir os objectivos da medianice estatística. Não nos admiremos depois que jovens com o 8º ano de escolaridade não saibam ler nem escrever, como recentemente podemos confirmar numa reportagem televisiva, onde uma dirigente escolar, optou por assobiar e fazer de conta que não era nada com ela.
É na escola que reside a esperança de Portugal, principalmente se o seu modelo voltar a premiar o mérito, a estimular a criatividade, o esforço, o empenho e a dedicação aos estudos, encarando-os como um dever profissional.
Mas se persistirmos neste modelo massificador, pseudo-inclusivo e de normalização empobrecedora e num alfobre para a mediocracia, não conseguiremos formar elites, em qualidade, diversidade e quantidade.
Uma escola com um modelo estimulante para quem trabalha, professores ou alunos, há-de com certeza produzir mais resultados de excelência e, sobretudo, puxar para cima os seus níveis gerais de desempenho, fazendo com que o número de alunos que saem com uma qualificação elevada tenham muito mais oportunidades de se afirmar profissionalmente e prosseguir com sucesso os seus estudos. O modelo actual, ainda demasiado laxista, nivelador por baixo, massificador, socialmente injusto porque passa uma mensagem errada da função social do ensino e da educação, não serve as necessidades de formação dos jovens e, consequentemente, da sociedade portuguesa. Uma escola que não promove a excelência, não premeia o mérito, não aceita a cooperação dos pais e da comunidade envolvente, condena os jovens alunos a um futuro de exclusão e de frustração, exactamente o contrário do que muitas vezes, o poder demagogicamente apregoa.
Cumpriu-se a Liberdade, cumpriu-se a mediocracia – “…falta cumprir Portugal…”
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A saia da Carolina
Tem um lagarto pintado
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem
Tem cuidado ó Carolina
Que o lagarto dá ao rabo
Sim Carolina ó - i - ó - ai
Sim Carolina ó - ai meu bem
A saia da Carolina
Não tem prega, nem botão
Tem cautela, ó Carolina
Não te caia a saia no chão
A saia da Carolina
Uma barra encarnada
Tem cuidado ó Carolina,
Não fique a saia rasgada
A saia da Carolina
É da mais fina combraia
Tem cautela ó Carolina
Que o lagarto leva-te a saia
A saia da Carolina
Foi lavada com sabão
Tem cuidado, ó Carolina
Não lhes deixes por a mão
A saia da Carolina
É curta e das modernas
Tem cuidado ó Carolina,
Que ela não te tape as pernas.
Lá num país cheio de cor. Nasceu um dia uma abelha,
Bem conhecida p’la amizade
Pela alegria e p’la bondade.
Todos lhe chamam a pequena abelha Maia,
Fresca, bela, doce abelha Maia.
Maia voa sem parar
No seu mundo sem maldade.
Não há tristeza para a nossa abelha Maia,
Tão feliz e doce, abelha Maia
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti.
Numa manhã ao passear
Vi uma abelha numa flor,
E ao sentir que me olhou
Com os seus olhitos de cor.
E esta abelha era a nossa amiga Maia
Fresca, bela, doce abelha Maia
Maia voa sem parar
No seu mundo sem maldade
Não há tristeza para a nossa abelha Maia
Tão feliz e doce, abelha Maia
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti
Maia, eu quero-te aqui
Maia (Maia), Maia (Maia), Maia vem fala-nos de ti.
Abelha Maia - Genérico.mp3 (1,7 MB)